terça-feira, 17 de agosto de 2010

Afinal de contas, o que é o homem diante da natureza?

A primeira coisa que se destaca no homem ao contemplar-se a si próprio, é seu corpo, isto é, certa parcela de matéria que lhe é subjetiva. Mas, para compreender o que ela representa a que fixá-la em seus determinados limites, intentar compará-la a tudo o que se encontra acima ou abaixo dela. — Mire e veja, não se atenha, atente em olhar para os objetos que o cercam, simplesmente, mas contemple a natureza inteira na sua plenitude. Considere esta brilhante luz colocada acima do homem, como uma lâmpada eterna para iluminar o universo, e que a Terra lhe espelhe como um ponto na órbita ampla do cosmo e maravilhe-se de ver que essa amplitude não passa de um ponto insignificante na rota dos outros astros que se espalham pelo espaço. E se ao fitar, nossa vista se deter, ainda que nossa imaginação não pare; mais rapidamente ela se cansará de revelar, que a natureza de fecundar. Todo esse mundo visível é apenas uma quimera perceptível em relação à maravilha da natureza, que nem sequer nos é dada a conhecer de um modo vago. Por mais que ampliemos nossos questionamentos para além da imaginação, pelo cosmo, conceberemos tão somente átomos em comparação à realidade das coisas. Esta é uma esfera cujo centro se acha em toda parte e cuja circunferência não se encontra em nenhuma. E o fato de nossa imaginação perder-se neste pensamento constitui, em suma, a maior manifestação da onipotência de Deus. Que o homem, voltado para si próprio, considere o que ele é diante do que existe; que não perca passo, e se descubra como uma partícula ilhada neste planeta, e que da pequena cela onde se encontrar encarcerado, do universo, aprenda a avaliar em seu valor exato a terra, os reinos, as cidades e a ele próprio.

Um comentário:

  1. Olá Fernando,

    adorei o seu blog, tenho certeza de que vc é um ótimo escritor. Desejo-lhe tudo de bom na sua vida.

    Abrçs cheios de saudade

    Dassayelle

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